A Polícia Civil de Mato Grosso realizou, nesta quarta-feira (10 de setembro), a Operação Tempo Extra, visando desarticular uma facção criminosa no estado. O grupo é investigado por movimentações milionárias relacionadas ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Os principais alvos da ação já haviam sido investigados na Operação Apito Final, que, em abril de 2024, desvendou um esquema ilegal envolvendo mais de R$ 65 milhões. A nova operação é resultado das investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado e da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (GCCO/Draco), que apuram crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Na ação, 15 ordens judiciais foram cumpridas, incluindo um mandado de prisão preventiva, dez mandados de busca e apreensão, três de sequestro de veículos e uma suspensão de atividade econômica. Além disso, foram bloqueados R$ 1 milhão em contas bancárias.
A Operação Tempo Extra faz parte do planejamento estratégico da Polícia Civil dentro do programa Tolerância Zero do Governo de Mato Grosso, que visa intensificar o combate às facções criminosas no estado. Também integra as iniciativas da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim).
As investigações da GCCO e da Draco representam um desdobramento da Operação Apito Final. Essa operação foi iniciada após informações de que o líder de uma facção, já preso durante a ação anterior, ainda mantinha conexões com outros envolvidos para continuar as atividades ilegais. Entre os focos da nova operação, está J.I.A.J., acusado de ser um dos principais responsáveis por coordenar operações de distribuição e venda de drogas em Cuiabá.
O investigado é apontado como estrategista na reestruturação financeira da facção após a Operação Apito Final e teria auxiliado na fuga de comparsas. Segundo as apurações, a facção continua a lavar dinheiro por meio da movimentação de recursos ilícitos e empresas de fachada.
A Operação Apito Final revelou em 2024 um esquema de lavagem de dinheiro superior a R$ 65 milhões, com a execução de 54 ordens judiciais, incluindo o sequestro de 45 veículos e a indisponibilidade de 33 imóveis. O alvo principal utilizava pessoas como ‘laranjas’ para movimentar ativos adquiridos com dinheiro proveniente de atividades criminosas.
A Operação Tempo Extra é uma continuidade das ações contra o mesmo grupo, intensificando o esforço para desmantelar a organização criminosa e dificultar a sua reestruturação nas áreas chave do tráfico e lavagem de dinheiro.