Ucrânia aceita discutir plano de paz com possíveis concessões territoriais à Rússia

Escrito em 21/11/2025
Redação Portal 93

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, anunciou nesta quinta-feira, 20, que aceitará discutir um plano de paz que envolve pontos pré-negociados entre representantes de Vladimir Putin e membros do governo de Donald Trump.

Após receber uma delegação das Forças Armadas dos Estados Unidos em Kiev, Zelenski afirmou que as equipes ucranianas e americanas colaborarão na proposta com o objetivo de encerrar o conflito. A decisão acontece em um momento crítico, com Zelenski enfrentando o avanço das tropas russas, um retorno da postura pro-Moscou de Trump, e um cenário político interno desgastado por um escândalo de corrupção no setor de energia.

Inicialmente, o presidente contava com o apoio de aliados europeus, que, no entanto, rejeitaram a proposta encaminhada por Washington alguns dias antes.

Recentemente, veículos de imprensa ocidentais destacaram que o plano foi articulado de forma preliminar e sigilosa entre o representante dos EUA Steve Witkoff e o negociador russo Kirill Dmitriev. Essa iniciativa visava avaliar a receptividade internacional antes de um anúncio formal.

As reações dos líderes europeus foram imediatas. O chanceler francês, Jean-Noel Barrot, sublinhou que a busca pela paz não deve resultar em rendição da Ucrânia. Radoslaw Sikorski, ministro das Relações Exteriores da Polônia, reiterou que um país sob ataque não deve ser punido no processo. Kaja Kallas, chefe da diplomacia da União Europeia, evitou críticas diretas ao plano, mas enfatizou que ucranianos e europeus devem participar de todas as negociações.

O governo alemão também expressou posição similar. O chanceler Johan Wadephul comunicou-se com Witkoff e, segundo relatos, ouviu que a Europa terá um papel importante nas etapas futuras.

De acordo com informações já conhecidas sobre a proposta de 28 pontos, apresentada verbalmente por Witkoff ao ex-ministro da Defesa ucraniano Rustem Umerov, o plano prevê a cessão de cerca de 15% do Donbass ainda controlado por Kiev, além do congelamento das posições atuais no campo de batalha, consolidando assim os ganhos territoriais da Rússia desde o início da invasão em 2022.

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