Índia anuncia distanciamento do BRICS e aproximação com os EUA

Escrito em 18/07/2025
Redação

Em um movimento que pode redesenhar o cenário geopolítico global, a Índia estaria se afastando do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e avançando em direção a um novo acordo comercial com os Estados Unidos, com promessas de redução tarifária para menos de 20%. A informação, ainda não confirmada oficialmente pelos governos, vem ganhando força entre analistas e veículos de mídia.

O que está acontecendo?

De acordo com publicações de perfis políticos nas redes sociais e especulações de bastidores, o governo indiano teria sinalizado a intenção de reavaliar seu papel dentro do BRICS, bloco criado com o objetivo de fortalecer economias emergentes frente ao domínio econômico ocidental.

Fontes ligadas ao Ministério das Relações Exteriores da Índia indicam que o país busca diversificar suas alianças estratégicas, especialmente diante da crescente pressão global sobre a China e do isolamento econômico da Rússia após a guerra na Ucrânia. A aproximação com os EUA incluiria um mega acordo comercial que, segundo estimativas, pode reduzir tarifas de importação para índices abaixo de 20%, facilitando o comércio bilateral.

Como isso afeta o Brasil e o presidente Lula?

A possível saída da Índia do BRICS representa um forte golpe para o bloco. A aliança, que vinha tentando lançar alternativas ao dólar e criar instituições financeiras próprias (como o Novo Banco de Desenvolvimento), perde um de seus membros mais relevantes em termos populacionais e tecnológicos.

Para o Brasil, especificamente para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, essa mudança pode representar um isolamento diplomático dentro da nova configuração internacional. Lula vinha apostando no BRICS como uma plataforma de equilíbrio frente aos EUA e à União Europeia. A Índia era vista como aliada estratégica para manter o bloco unido e reforçar pautas como reforma do FMI e do Conselho de Segurança da ONU.

Motivações da Índia

O governo de Narendra Modi tem adotado uma política externa pragmática, com foco em desenvolvimento interno, investimentos tecnológicos e aumento da influência internacional da Índia. A aproximação com os EUA traz benefícios imediatos, como acesso facilitado a tecnologia, mercados e segurança militar.

Além disso, tensões recentes com a China, aliada estratégica de Lula no BRICS, também contribuíram para o distanciamento. A Índia não deseja estar em um bloco que se torna excessivamente dependente ou polarizado por Pequim ou Moscou.

O que dizem os EUA?

Autoridades americanas têm sinalizado interesse em expandir parcerias com a Índia, vista como um contrapeso regional à China. Um possível acordo comercial entre Washington e Nova Délhi pode incluir cooperação em semicondutores, inteligência artificial, energia limpa e segurança alimentar — todos setores estratégicos para o século XXI.

Repercussões econômicas

Se confirmado, o novo acordo pode impactar diretamente os fluxos de comércio entre países do BRICS e acelerar a fragmentação do bloco. Economistas alertam que empresas brasileiras que exportam para a Índia podem enfrentar novas barreiras se os EUA se tornarem prioridade comercial para o país asiático. Por outro lado, esse movimento pode forçar o Brasil a buscar novos parceiros ou revisar sua postura em fóruns multilaterais.

O futuro do BRICS

Especialistas consideram que o BRICS, que já vinha enfrentando desafios internos, pode perder relevância sem a Índia. Há ainda o risco de que outros países membros repensem sua permanência, especialmente se os benefícios políticos e econômicos não se concretizarem.

O Novo Banco de Desenvolvimento, presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff, também pode ser impactado, já que a Índia é um dos principais financiadores da instituição.

A possível saída da Índia do BRICS marca uma nova fase nas relações internacionais, com efeitos diretos sobre o Brasil, especialmente para o governo Lula, que apostava na força do bloco como alternativa às potências ocidentais. Se a Índia confirmar o mega acordo com os EUA, o cenário global caminha para uma nova polarização, onde o pragmatismo e os interesses econômicos tendem a se sobrepor à solidariedade entre economias emergentes.

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