O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez, nesta terça-feira, uma ligação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para solicitar a revisão das tarifas impostas a produtos brasileiros, especialmente do setor agroindustrial. A conversa ocorre em meio às tensões comerciais elevadas desde que Washington intensificou medidas para proteger a produção interna americana.
Pedido direto sobre tarifas agrícolas
Segundo informações do Planalto, Lula pediu que Trump reavalie sobretaxas aplicadas a aço, etanol, carne bovina, açúcar e produtos derivados da soja, itens que compõem uma fatia relevante da exportação brasileira para o mercado norte-americano.
O presidente destacou que as tarifas têm prejudicado a competitividade do Brasil e atingido diretamente produtores nacionais, especialmente dos estados ligados ao agronegócio.
Tom conciliador e apelo por “bom senso”
Lula reforçou a necessidade de “construir uma relação comercial equilibrada e benéfica para ambos os países”, adotando tom conciliador. Ele defendeu que barreiras excessivas prejudicam não apenas o Brasil, mas também a indústria norte-americana, que depende de commodities brasileiras para manter preços baixos.
De acordo com assessores, o presidente avaliou que, apesar das divergências ideológicas, “é possível retomar o diálogo pragmático” com os EUA.
Resposta de Trump
Trump ouviu o apelo, mas afirmou que qualquer revisão passará por avaliação técnica e política dentro de seu gabinete de comércio. Ele reiterou que seu compromisso prioritário continua sendo “proteger empregos americanos”, mas admitiu que está disposto a abrir conversas pontuais.
A Casa Branca teria sinalizado uma possível rodada de reuniões entre representantes comerciais dos dois países nas próximas semanas.
Impacto econômico
A revisão das tarifas seria especialmente importante para:
Aço e alumínio, setores historicamente impactados por restrições dos EUA;
Agronegócio, que busca ampliar a presença em mercados de alto consumo;
Produtos industrializados, que enfrentam taxas que impedem competitividade.
Especialistas avaliam que qualquer flexibilização poderia gerar impacto positivo direto nas exportações e na balança comercial brasileira.
Próximos passos
A equipe econômica brasileira trabalha na preparação de um dossiê técnico para reforçar o pedido de Lula. O Planalto deseja abrir um canal permanente de negociação para evitar novas medidas unilaterais dos EUA.
Nos bastidores, a avaliação é que o diálogo foi “cordial” — e que, mesmo sem garantias, abrir espaço para negociação já é considerado um avanço.
